Uma vez que a primeira tópica era bastante simples, Freud decidiu criar a segunda Tópica, baseando o desenvolvimento humano em cinco estádios de desenvolvimento:
- Fase oral (desde o nascimento até aos 18 meses)
- Fase anal (desde os 18 meses até mais ou menos os dois/três anos)
- Fase fálica (desde os 3 anos até aos 5 anos)
- Fase de latência (desde os 5 anos até aos 12 anos)
- Fase genital (desde os 12 até ao estado adulto)
Fase oral
Nesta fase a criança vivencia o prazer e a dor através da satisfação ou frustração, de pulsões orais, ou seja, pela boca. Essa satisfação dá-se independente da satisfação da fome, assim, o facto de a criança sugar, mastigar, comer, cuspir, têm uma função ligada ao prazer e não apenas à fome. Ao ser confrontada com frustrações a criança é obrigada a desenvolver mecanismos para lidar com tais frustrações recorrendo então a estes processos.
Uma satisfação insuficiente das pulsões orais pode conduzir a uma tendência para ansiedade e pessimismo, manifestando-se também no facto de a pessoa falar muito, estar sempre a mastigar ou até mesmo o fumar. Por outro lado, uma excessiva satisfação pode levar, através de uma fixação nessa fase, a dificuldades de aceitar novos objetos como fonte de prazer/dor em fases posteriores, aumentando assim a probabilidade de uma regressão.
Fase anal
Na fase anal a satisfação das pulsões dirige-se ao ânus, isto é, ao controlo da tensão intestinal. A criança tem de aprender a controlar sua defecação e, dessa forma, deve de aprender a lidar com a frustração do desejo de satisfazer as suas necessidades imediatamente.
Bem como na fase anterior, também os mecanismos desenvolvidos nesta fase influenciam o desenvolvimento da personalidade. O defecar de imediato e descontrolado é o irá desencadear os ataques de raiva, enquanto, uma educação muito rígida em relação à higiene pode conduzir tanto a uma tendência de caos e descuido bem como a uma tendência a uma organização compulsiva e exageradamente controlada.
Fase fálica
A fase fálica é caracterizada pela importância da presença ou ausência do pênis, encontrando-se assim, a fase de prazer e desprazer, centrados para a região genital.
Neste período, as dificuldades estão ligadas ao progenitor do sexo oposto e aos problemas que daí resultam.
No caso dos meninos, a resolução desses conflitos está relacionada ao Complexo de Édipo. Segundo Freud, o menino quer a mãe só para ele, não a querendo partilhar mais com o pai tendo medo que este se vingue, castrando-o. A solução para este conflito passa por este aprender a lidar com o desejo libidinoso que sente pela mãe, e com os sentimentos agressivos relativamente ao pai, conduzindo a uma contextualização, por parte do menino, dos valores, convicções, interesses e posturas do pai. A criança passa a ver a mãe como um modelo ideal de mulher, e no futuro irá procurar alguém com características idênticas a esta, e vê o pai como um modelo, ou seja, tem uma grande admiração por ele uma vez que ele tinha a mulher que ele desejava.
O complexo de Édipo representa um importante passo na formação do superego. Esta solução, permite que tanto o ego (através da diminuição do medo) e o id (por o menino poder possuir a mãe indiretamente através do pai, com o qual ele se identifica) sejam parcialmente satisfeitos.
O conflito vivenciado pelas meninas é bastante parecido, mas menos intenso, passando pelo Completo de Electra. A menina deseja o próprio pai, em parte devido à inveja que sente por não ter um pênis, sentindo-se castrada, culpando a mãe. Por outro lado, a mãe não representa uma ameaça tão grande, uma vez que não é possível recorrer à castração.
Tal como acontece no caso dos meninos, as raparigas passam a ver o pai como o ideal de homem que mais tarde quererão casar-se com alguém que possua características idênticas à do seu progenitor, e possui pela mãe uma admiração por ter, aquele que considera ser o seu modelo ideal.
Fase de latência
Depois da agitação dos primeiros anos de vida segue-se uma fase mais tranquila que se estende até a puberdade. Nesta fase as fantasias e impulsos sexuais são reprimidos, tornando-se secundários, e o desenvolvimento cognitivo e a assimilação de valores e normas sociais tornam-se a atividade principal da criança, continuando o desenvolvimento do ego e do superego.
Fase genital
A última fase do desenvolvimento psicossocial é a fase genital, que se dá durante a adolescência. Nesta fase as pulsões sexuais, depois da longa fase de latência e acompanhando as mudanças corporais, despertam-se novamente, mas desta vez dirigem-se a uma pessoa do sexo oposto. A escolha do parceiro não se dá independente dos processos de desenvolvimento anteriores, mas é influenciada pela vivência nas fases anteriores.
Apesar de durante toda a vida do indivíduo estarem presente os conflitos internos, atingem nesta fase uma estabilidade conduzindo a pessoa a uma estrutura do ego que lhe permite enfrentar os desafios da idade adulta.
Os métodos utilizados por Sigmund Freud para preconizar esta ciência foram a hipnose e a psicanálise, respetivamente.
Freud utilizou a hipnose para tratar dos doentes com histeria pois considerava que esta doença era provocada pela retenção, no inconsciente do doente, de lembranças traumáticas. Uma vez que têm um carácter doloroso, estas recordações são reprimidas, não se podendo exprimir, contudo a energia bloqueada, irá então manifestar-se em vários sintomas físicos como paralisias, cegueira, perdas de memória e de fala.
Durante o sono hipnótico os doentes encontravam a origem das suas perturbações e os sintomas desapareciam, passando a designar-se por método catártico, que significa purificação e libertação.
Freud abandona a hipnose como método terapêutico por três motivos:
- nem todas as pessoas são susceptíveis de serem hipnotizadas;
- os resultados eram pouco duráveis;
- o doente não tinha um papel activo no processo de cura.
Este psicólogo, após ter abandonado o método da hipnose debruça-se sobre a psicanálise. O objetivo deste método é, então, conseguir chegar às zonas inconscientes da mente e conseguir que os doentes tomem consciência das causas profundas dos seus problemas e se libertem deles.
Em suma, no seguinte quadro encontra-se esquematizada os pontos mais importantes deste trabalho, ou seja, qual o objecto que estes três psicólogos propuseram para a psicologia, qual o método que utilizaram e a teoria que desenvolveram.